quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Industrialização

Segundo o empresário Carlos Pastoriza, presidente da Abimaq, associação que representa 1535 empresas filiadas, afirma em artigo publicado na Folha  de São Paulo no dia 12\08\2015, cujo título é: "Tripé do mal breca avanço da indústria de máquinas no Brasil", que o setor de máquinas e a indústria de transformação sofre os efeitos de uma desindustrialização silenciosa. " As empresas vão enfrentar ao menos duas décadas,para modernizar o parque fabril, assistir o país, refazer as reformas necessárias até conseguirem ser mais produtivas e competir em pé de igualdade. Mais adiante afirma que: mesmo se, em um passe de mágica resolvêssemos todos os problemas da porta para fora da indústria, todos os gargalos de infraestrutura, juros,câmbio, sistema tributário, nosso parque industrial é envelhecido, em média tem 17 anos, enquanto da Alemanha tem sete, levaríamos ao menos duas décadas para  conseguir retomar produtividade. Não porque brasileiro é vagabundo e trabalha menos, mas temos parque fabril atrasado, que pesa em 60% na produtividade, segundo estudo do nosso setor. Outros 25% são fator humano, falta de qualificação e o restante, sistemas de gestão, organização. Da crise que estamos às reformas necessárias e a retomada do crescimento , são duas décadas. Agora, a classe política tem de se entender, criar uma situação de governabilidade que possa ser percebida pelo cidadão comum.Enquanto ele achar que virou uma guerra campal, a crise política só vai piorar a crise econômica". Observação perfeita pelo empresário. O Profº Delfim Netto, em artigo também na Folha de São Paulo no ano de 2014 afirmou que: "Começamos a tomar consciência de que as desejadas políticas de inserção social, redução das desigualdades e ênfase no aumento da igualdade de oportunidades, ínsitas na Constituição de 1988, criaram uma modesta mas numerosa classe "média" em um mercado de 200 milhões de cidadãos. Para que elas continuem com sucesso, é preciso voltar a crescer com melhor equilíbrio. Seguramente esse é um problema menos difícil do que a quadratura do círculo com régua e compasso, mas está muito longe de ser trivial.O que é, afinal, esse fenômeno a que damos o nome de desenvolvimento? É apenas o codinome do aumento da produtividade do trabalho. Ele depende de muitas coisas: do tratamento e dos estímulos dados a cada trabalhador e aos empresários, do ambiente de trabalho, da disposição de cooperação efetiva de cada um no processo global etc.Mas depende de duas condições necessárias (ainda que não suficientes): 1) é preciso alocar a cada trabalhador um volume crescente de capital físico (por exemplo, trocar um arado puxado a boi por um trator) que incorpore ganhos tecnológicos e 2) é preciso dar a cada trabalhador a capacidade, isto é, o preparo técnico, para tirar proveito da sofisticação do estoque de capital que lhe é alocado.Simplificando: desenvolvimento econômico = aumento da produtividade da mão de obra = mais capital físico com sofisticação crescente para cada trabalhador associado ao seu preparo técnico para operá-lo.Como fazer isso sem a cooptação dramática do setor privado depois que a política de inclusão empregou toda a mão de obra com pequenas habilidades e baixa produtividade, logo, com baixos salários (o que explica o "mistério" do baixo crescimento do PIB com baixo desemprego)"?Resumindo, em nosso país existe uma mentalidade legal e institucional arcaica para as atividades produtivas, a participação da industria de transformação no PIB está cada vez menor. A indústria brasileira necessita de uma atmosfera positiva, para se reabilitar e competir não só no mercado doméstico como no exterior, gerando emprego e renda para todos os brasileiros. O fomento e incentivo à inovação são urgentes, não podemos mais esperar.


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