terça-feira, 4 de agosto de 2015

O ajuste

No Brasil o assunto do momento é o ajuste fiscal e as suas implicações em todos os agentes econômicos. Desde a implantação do Plano Real, o país enfrentou duas crises econômicas, a primeira em 1999 e a segunda em 2003. Nessas crises, efetuamos um ajuste de relativa duração e a economia brasileira retomou seu crescimento. A situação atual , no entanto é mais critica, requer um esforço fiscal mais profundo e prolongado e as condições atuais não são satisfatória quando analisamos o cenário futuro.No nosso país, tínhamos em 1991 uma carga tributária em torno de 25% do PIB e em 2014 pulamos para 36% , só que os outros países ditos emergentes apresenta uma carga inferior a 30%. A nossa renda real aumentou neste período, porém a receita tributária cresceu numa razão maior. As maiores despesas são destinadas a educação, saúde e previdência. Quando analisamos a educação e saúde a sua qualidade fica a desejar e a previdência necessita urgentemente de uma reforma caso contrário estamos criando um grande problema para as gerações futura. Segundo os estudiosos,Mansueto Almeida Jr, Marcos de Barros Lisboa e Samuel Pessoa em artigo "O Ajuste Inevitável ou o país que ficou velho antes de se tornar desenvolvido", afirma:"Nas últimas duas décadas, o crescimento da despesa pública foi compensado pela expansão da carga tributária.Na década de 2000, diversos fatores permitiram o maior crescimento econômico e uma expansão ainda maior da arrecadação tributária. A estabilidade macroeconômica, os ganhos de produtividade em diversos setores, como o agronegócio e algumas setores de serviços, as reformas no mercado de crédito e a expansão da economia mundial contribuíram para o maior crescimento da renda e do emprego.  Os aumentos do salário mínimo em um mercado de trabalho em expansão colaboraram para a redução da desigualdade de renda. desde 2011, cessou esse crescimento da receita de tributos. Nos últimos quatro anos, a receita recorrente cresceu 1,5% ao ano, aproximadamente o crescimento do PIB. A despesa do governo central, no entanto, manteve o seu crescimento acelerado de 5,4% acima da inflação, resultando no desequilíbrio fiscal dos últimos anos. O grave desequilíbrio fiscal do Brasil reflete a concessão desenfreada de benefícios públicos incompatíveis com a renda nacional. Prometemos mais do que temos, adiando o enfrentamento das restrições existentes.Deixamos para as próximas gerações as contas a serem pagas. O futuro tem, no entanto, o inconveniente hábito de se tornar presente. O populismo dos últimos anos cobra o seu preço.Um setor público com obrigação crescente de gastos em um país com baixo crescimento econômico não é sustentável, ampliando o risco de incapacidade de cumprir as obrigações fiscais nos próximos anos, aumentando a taxa de inflação estrutural, e resultando em taxas de juros possivelmente ainda mais elevada". Se o ajuste não for feito com o objetivo de reduzir as despesa públicas e ao mesmo tempo as reformas não forem implementadas,  estaremos sim, condenados a enfrentar um futuro cheios de incerteza e convivendo com uma longa  estagnação. O ajuste é inevitável.

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