domingo, 6 de março de 2016

Semelhança

Em artigo na Folha de São Paulo no dia 02\03\2016, cujo título é "Será o fim", o economista Delfim Netto afirma em resumo: Neste instante em que o país testemunha as trágicas consequências de uma política voluntarista. Mesmo o indivíduo mais modesto sente que o único caminho  que lhe resta é encontrar um emprego remunerado  e continuar a receber um apoio que lhe dê proficiência funcional e lhe permita,com seu próprio esforço, conquistar a cidadania.Mas todos sente que isso só acontecerá se for restabelecida a confiança entre a sociedade e o poder incumbente que, com as informações então disponíveis, ela mesma elegeu. É condição necessária (ainda que não suficiente) para a retomada do crescimento sustentável e inclusivo.É insensato, por outro lado, negar que, de 2003 a 2011, beneficiado por uma excepcional expansão externa, o Brasil melhorou: cresceu em média 4,1% ao ano  - 40% acumulado-, aumentou a igualdade de oportunidades, reduziu a desigualdade, manteve a inflação relativamente controlada, gerou superavit primário médio de 3,1% do PIB e estabilizou a relação dívida bruta\PIB (após reduzi-la) em 52% do PIB. Infelizmente, para controlar a inflação, valorizou a taxa de câmbio e destruiu a industria nacional.Uma enorme miopia ideológica a partir de 2012 impediu que o governo visse que as condições objetivas tinham mudado e que era hora de também mudar a política econômica. Insistir na mesma foi um erro. Aprofundá-la, como sugere o "Programa Nacional de Emergência" do PT, será a destruição final do governo Dilma Rousseff. O professor Henrique Meirelles, em artigo na Folha de São Paulo no dia 08\03\2016, cujo título é "Expectativas  e realidade", afirma em resumo:No Brasil, tivemos nos últimos anos queda acentuada e constante das expectativas e dos índices de confiança, que levaram à queda dos investimentos e da capacidade de oferta de bens e serviços. O resultado do PIB de 2015 referendou essas expectativas, O PIB recuou 3,8% em 2015, e a renda per capita caiu 4,6%.É muito importante entendermos essa dinâmica entre expectativas e fatos,que comprova a força da expectativas na economia de qualquer país. Quando os agentes econômicos perdem confiança no empenho das autoridades em cumprirem o que prometem, os resultados ruins de políticas equivocadas acabam intensificando,seja na atividade econômica, seja na inflação,para a qual essa relação expectativas-fatos é mais intuitiva. As expectativas, portanto, são fundamentais para o desenvolvimento econômico. Elas precisam ser baseadas na realidade e confirmadas pela ação dos governantes. Quando se promete o que não se realiza, por exemplo, o efeito é muito negativo, como vimos muitas vezes no Brasil. Alguma semelhança com a realidade brasileira. Boa leitura dos artigos dos mestres selecionados.

Um comentário:

  1. É importante enfatizar que a crise é global e não apenas do Brasil! A aristocracia brasileira insiste em isolar o Brasil de crise com proporção mundial, como se fosse uma situação exclusivamente brasileira.

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