quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Mario Sergio Cortella

O escritor Mario Sergio Cortella de quem sou admirador e sempre leio os seus livros, escreveu um artigo que consta na trilogia: Provocações filosóficas, no livro "Não se desespere" cujo título é " O sonho não é fácil e nem impossível" onde sugiro que todos tenham acesso e que serve de reflexão para os nossos dias atuais. Em resumo,passo a descrever: Quem estudou latim se lembra que a palavra feliz é felix, que significa também fértil. Felicidade é sinônimo de fertilidade. Fertilidade não é apenas gerar outras pessoas. Fertilidade é impedir que a vida cesse na sua múltipla condição. Fertilidade é dificultar a desertificação dos nossos sonhos. Fertilidade é fazer com que não haja a esterilização do nosso futuro. Ser feliz é sentir-se fértil. claro que felicidade não é um estado contínuo.Felicidade é uma ocorrência eventual. Não há o estado de felicidade contínua, inclusive porque nós somos seres de carência. A gente tem carências em relação ao nosso corpo, em relação aos nossos desejos, mas fertilidade e felicidade são ocorrências que, no nosso dia a dia, vêm à tona quando sentimos  que a vida pulsa.Felicidade é a gratuidade, isto é, o não obrigatório que, quando ocorre, você sente a vida pulsar.Aquilo que mais apequena avida é a perda da esperança na felicidade. E a felicidade não é só a ausência de atrito.A felicidade é a possibilidade de não fazer com que o atrito se transforme em ruptura. Porque o atrito,inclusive, é parte do mundo físico. Mas a felicidade é quando entendemos que a vida está em equilíbrio.E não é o equilíbrio da estática, é o equilíbrio da bicicleta, quando o equilíbrio se dá no movimento. Parece muito estranho que alguém venha a falar sobre felicidade nos tempos atuais. Muitas pessoas quase que seriam tentadas a dizer: "Você está brincando! Num mundo como este, você vem falar de felicidade? Com tanta coisa séria para pensar?"Preciso educar meus filhos e preciso formar pessoas para o mundo real.Mundo real? Isso não significa mundo imutável;reconhecer o mundo como está sendo não nos obriga que aceitemos que só possa ser assim. O escritor uruguaio Eduardo Galeano usa uma expressão para a palavra utopia que eu acho ótima. Ele diz: " A minha utopia é o meu horizonte". Eu ando dois passos e ele se afasta dois passos, eu ando dez passos e ele se afasta dez passos. Ele disse: " Eu já entendi para que serve a minha utopia. A minha utopia não serve para que eu chegue até ela, mas para me impedir de parar de caminhar". Alguns de nós estamos apodrecendo a ideia de felicidade. Porque felicidade é fertilidade, e para ter fertilidade é preciso ser capaz de transbordar. Quando a água é colocada no copo ela se conforma ao copo. Nós precisamos transbordar, ir além da borda, sermos inconformados com as amarras que nos contêm, nos aprisionam e nos infelicitam. Sugiro que leiam o artigo completo do Mario Sergio Cortella, ou melhor adquira a trilogia e faça uma grande viagem em busca de sua utopia. Nunca deixe de buscá-la. Afinal a vida é breve.

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