sábado, 17 de julho de 2010

O Mundo

Quando olhamos os continentes que formam o planeta terra, percebemos as desigualdades gritantes entre eles,poucos países com elevado grau de desenvolvimento e muitos em uma situação que beira o desespero. O continente africano que recentemente realizou-se a Copa do Mundo nos mostrou a situação em que vive milhões de pessoas sem nenhuma esperança,ausência da educação, emprego,segurança e saúde.Embora a África do Sul tenha se tornado uma democracia e sendo hoje um país emergente, mesmo assim a miséria em que vive a maioria das pessoas é absurda.Parece-me que a dor alheia neste mundo dito moderno, evolutivo e dinâmico não nos pertence e que não cabe a nós denunciar, sinalizar, apontar e exigir ações que permita em um futuro próximo uma vida mais digna e cheia de esperanças. Para surpresa minha , a Campanha da Fraternidade de 2010 foi lançada com o tema "Economia e Vida",tendo como objetivo conscientizar as pessoas a não serem escravas do dinheiro, e que a economia tem de ser voltada ao serviço da vida e não à acumulação de bens e divisas. Iniciativa louvável que pela terceira vez é realizada de forma ecumênica, isto é, em conjunto por todas as igrejas.Afinal, não é possível viver só de esperanças do céu sem as responsabilidades da terra. A religião que não transforma a realidade humana passa a ser mera alienação. Quanto mais estudo e reflito sobre as diversas teorias da economia com o objetivo de ampliar cada vez mais a minha visão e buscar novas alternativas que venham minimizar as dificuldades das pessoas e ao mesmo tempo para que possa realizar uma ótima aula, na esperança de que uma boa palavra dita é como um bom alimento, traz saúde. Sou eternamente grato aos diversos professores e intelectuais que me construíram, mas constato que na realidade a globalização da economia não significou a universalização da fraternidade, o mundo ainda aguarda esta possibilidade. Mas é deste continente africano, ainda em construção que surge a luz na figura do seu líder maior Nelson Mandela, que ficou preso durante trinta anos e quando libertado, disse em seu discurso: "ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele,por sua origem ou ainda por sua religião.Para odiar as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar". Nascemos indivíduos e nos tornamos pessoas de boa índole através do conhecimento que vamos adquirindo no transcorrer das nossas vidas, para que possamos ter posse de si e disposição ao outro. Nós humanos fomos capazes de levar investimentos maciços para dar alegria a milhões de pessoas que puderam se confraternizar em torno de uma bola, logo somos capazes sim, de levar a todos os cantos do mundo a felicidade e a harmonia de viver em paz e com liberdade desde que haja vontade política de realizar e por falar em liberdade cito mais uma vez Cecilia Meirelles, in Romanceiro da inconfidência que diz;"Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta,que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda". Só nos resta esperar, como dizia Guimarães Rosa " esperar é reconhecer-se incompleto". O mundo ainda está incompleto.

3 comentários:

  1. Crescer vendo o próximo morrer à mingua, se esvaindo pela falta de esperança, isso é o que observamos num mundo onde poucos tem tudo e muitos não tem nada. Aproveitando a oportunidade, já que o professor tocou no assunto da Copa, outro dia li uma matéria na Revista Superinteressante, assinada por um colunista do Financial Times, Simon Kuper, sobre o lado ruim da Copa, onde dizia por exemmplo que boa parte da riqueza do país sede é transferida para o futebol, clubes ganham reformas e arenas novas e nada pagam por isso, a estrutura montada pro evento na maioria das vezes é abandonada ou com sorte, pouco usada, a maioria dos empregos são temporários e poucos são efetivados após o evento. Eu fiz uma resenha com alguns comentários em meu blog e gostaria que o senhor dessa uma olhada e explicasse mais um pouco a visão de um economista sobre os benefícios, bem como os malefícios, do evento para um país sediador. Segue o link da matéria.

    http://avozdecg.blogspot.com/2010/06/taca-do-mundo-e-nossa-e-o-dinheiro.html

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  2. Professor Marcos, há pouco tempo recebi um email e nele constava em anexo um slide com fotos de estadios que serão construidos ou reformados na copa de 2014 que se realizará no Brasil, alias gastos falava sobre gastos absurdos, ao fim do slide constava a questão "e no fim resta saber se depois do mundial estes estadios serão transformados em hospitais, escolas e principalmente em cadeis para trancafiar os governantes corrupitos que meterão a mão na grana que com certeza será duplicada". O Senhor concorda? Poderia me explicar esta questão de tanto dinheiro ser disperdiçado ou investido?

    Abraço,

    Jane Clézia (jannealysson@hotmail.com)
    Administração 2010.2

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  3. Caro Amigo,

    essas contradições são inerentes ao Mundo. Acredito que o mundo não é o lugar da coerência e da racionalidade. É o lugar da contradição. Nós é que tentamos atribuir um mínimo decoerência às ações humanas, às decisões, através das diversas ciência que já desenvolvemos. O que é a economia, por exemplo, senão a tentativa de atribuir alguma racionalidade ao comportamento dos diversos agentes econômicos? E realmente funciona, pois os diversos modelos econômicos tem seu poder explicativo. Mas de repente assistimos comportamentos imprevisíveis, crises, que contrariam qualquer teoria. Então acredito que temos que nos acostumar com essas contradições, mas tentando torná-las menos absurdas. Façamos a nossa parte.

    Abraço, amigo!

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