terça-feira, 26 de abril de 2011

Sociedade dos Sonhos

Lendo recentemente o livro "O Semeador de Ideias" do autor Augusto Cury, tem um trecho em que o escritor relata: " O mestre segredou-me um projeto, que havia tempos estava maturando em sua mente, e que me encantou e perturbou. Falou da necessidade de construir a sociedade dos sonhos, fraterna, livre, pautada pelo diálogo e pelo respeito aos direitos humanos, em que jovens, homens e mulheres fossem educados a ter consciência crítica, a ser generosos, solidários altruístas, e a aprender a expor, e não a impor, suas ideias, crenças e princípios. Uma sociedade em que a educação se tornasse o centro das atenções sociais, em que se superasse a necessidade neurótica de poder, de controlar os outros e de estar em evidência social, em que o medo uns dos outros desse lugar à confiabilidade, as ideias fossem mais fortes que as armas, em que a transparência, a honestidade e a capacidade de ser fiel à própria consciência fossem mais importantes que os códigos jurídicos que regulam os comportamentos. Uma sociedade em que o consumismo fosse transformado em sede de conhecimento e em que cada pessoa respeitasse sua cultura, crenças políticas e religiosas, mas as transcendesse por aprender a pensar como espécie e, como tal, se tornasse assim um ser humano sem fronteira. Uma sociedade em que finalmente o homem fizesse as pazes com a natureza e se colocasse como seu hóspede, e não como seu proprietário". Fiquei encantado com tal abordagem. Mas a frente várias citações do o autor merece uma reflexão: "a unanimidade é desinteligente, insana e burra. A diversidade de cultura e de opiniões não exige concordância de ideias, mas respeito solene pelas diferenças. Há pessoas tão pobres, mas tão pobres, que só tem dinheiro. Somos ricos por fora, mas miseráveis em sensibilidade por dentro. Dinheiro não garante felicidade, mas sua falta pode garantir a infelicidade". Isto me fez relembrar Thomas More, autor de A Utopia, onde Oscar Wilde dizia: " Um mapa do mundo em que não aparece o país Utopia não merece ser guardado", expressa na realidade o anseio permanente de criação de uma sociedade perfeita. Ideal irrealizável em sua plenitude. Utopia é toda proposta ideal de organização da sociedade em que, por meio de novas condições econômicas, políticas e sociais, se pretende alcançar um estado de satisfação geral.Tem uma citação de Bernard Shaw que a levo comigo que diz: "Alguns homens veem as coisas como são e perguntam: Por quê? Eu sonho com as coisas que nunca existiram e pergunto: Por que não?" . Muitas vezes me pergunto, qual a razão de não buscarmos a sociedade dos sonhos e lembro do que disse Erasmo de Rotterdam em seu livro Elogio da Loucura quando afirma: "Quando se reflete atentamente sobre o gênero humano, e quando se observam como de uma alta torre(justamente a maneira pela qual Júpiter costuma proceder, segundo dizem os poetas) todas as calamidades a que está sujeita a vida dos mortais, não se pode deixar de ficar vivamente comovido. Santo Deus! Que é, afinal, a vida humana? Como é miserável, como é sórdido o nascimento! Como é penosa a educação! A quantos males está exposta a infância! Como sua a juventude! Como é grave a velhice! Como é dura a necessidade da morte! Percorramos, ainda uma vez, este deplorável caminho.Que horrível e variada multiplicidade de males! Quantos desastres, quantos incômodos se encontram na vida! Enfim não há prazer que não tenha o amargor de muito fel.Quem poderia descrever a infinita série de males que o homem causa ao homem, como sejam a pobreza, a prisão, a infâmia, a desonra, os tormentos, a inveja, as traições, as injúrias, os conflitos, as fraudes, etc.?Eu não saberia dizer-vos que delito teria o homem cometido para merecer tão grande quantidade de males, nem que Deus furioso o teria constrangido a nascer em tão horrível vale de misérias". Segundo Rousseau, afirma que: " O homem nasce puro, a sociedade que o corrompe. E que todos nascem homens e livres; a liberdade lhes pertence e renunciar a ela é renunciar à própria qualidade de homem". Logo, a sociedade dos sonhos podemos conquistá-la, está em nossas mãos criarmos um mundo em que a sabedoria e a felicidade do povo decorrem de um sistema social, legal e político perfeito guiado pela razão. Lutarei até o fim da minha vida em busca desta utopia.

8 comentários:

  1. Quando a sociedade mundial começar a unir os seus sonhos em prol de um bem superior e comum a todos, teremos a realização de muitos sonhos...
    Enquanto planejarmos objetivos individuais seremos uma sociedade incompleta e cheia de desigualdades.
    Gostei do artigo Prof°.

    Raul Paulo, ADM, 4VA, FP, 2011.1

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  2. Enquanto cada um não se conscientizar em tomar uma decisão de procurar realizar seus sonhos nada disso será possível se não acreditarmos em nós mesmos mais sim sabendo trabalhar em grupo para que se possam disseminar melhor os conhecimentos impostos nesse sonho para que a sociedade possa melhorar com o passar dos tempos é como meu amigo Raul Paulo descreveu não podemos planejar objetivos individuais, pois para que esses objetivos sejam alcançados sempre precisaremos de uma ajuda para que possamos alcançar a igualdade entre todos os povos!!

    Também gostei muito desse artigo e vou voltar a comentar pode deixar.


    Tarcísio Kleyton, ADM-4VA.FP/2011.1

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Sonhos e Utopia parecem estar interligados, mas na realidade a Utopia parece ser mais um sonho. Vivendo em uma sociedade que pensa e vive em uma constante miséria não podemos nem se quer imaginar se existe o real "Sonho". Apesar de acreditar que sonhar é fundamental para o crescimento pessoal e sabendo que ele só não resolve nada, temos que correr atrás dos nosso idéais e acretidar que a utopia existi no dia a dia de cada um.

    Adorei o artigo.

    Gleysa-4na/GF-UNP.

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  5. Bonito artigo professor. O individualismo nós move a corromper uns aos outros, se todos acreditassem que é possível transformar a sociedade de hoje, em uma sociedade ética, intelectualmente ativa e transformadora para o bem. Talvez começássemos a acreditar que sonhos como os que o senhor abordou podem se realizar.

    Jéssica Cortez (7NC - RF)

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  6. Gostei muito do artigo professor, e concordo com os colegas que dizem que: Somente quando pararmos de pensar individualmente e começarmos a pensar na coletividade é que daremos o primeiro passo para uma sociedade dos sonhos.
    Grande Abraço!

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  7. É uma maneira de encarar a vida. Mas não esqueça que é uma utopía. Se dê sem esperar nada em troca. O que vier (de bom) é lucro.

    Um abraço

    André S. Melo

    ADM 7MB

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  8. Parabéns professor Marcos, pela exposição da idéia de UTOPIA, tão palpável, bem na nossa frente que. Mas o egoísmo nos impede de enxergar. Somos e vivemos numa sociedade egoista, preconceitusoa e mesquinha. Enquanto continuarmos a nos preocupar com o melhor emprego, o melhor carro, a melhor casa, e esquecermos do SER HUMANO, estaremos fadados à felicidade superficial, aquela felicidade que não preenche a alma.

    Neriberto (nori22emeio@hotmail.com)

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