quinta-feira, 9 de abril de 2015

Terceirização?

Os estudiosos definem a moderna economia como a ciência que estuda o emprego de recursos escassos, entre usos alternativos, com o fim de obter os melhores resultados, seja na produção de bens, ou na prestação de serviços. Afirmam que o objetivo do estudo de Economia é formular propostas para resolver ou minimizar os problemas econômicos, de forma a melhorar a qualidade de vida das pessoas. Ao analisar e diagnosticar essas questões, a economia vai formular políticas de modo que este objetivo seja alcançado. Esta situação é visualizada quando se discute os objetivos de política econômica. Quatro objetivos de política econômica é preocupação permanente de qualquer líder, que são: Crescimento da produção e do emprego; controle da inflação; equilíbrio nas contas externas e distribuição de renda.O crescimento econômico é a meta mais importante a ser atingida pelos formuladores da política econômica. Lembrando que crescimento econômico refere-se a expansão da produção do país e que há uma correlação positiva entre produção e emprego, ampliando a produção automaticamente estamos aumentado o nível de emprego na economia. Logo, o macromercado de trabalho sofrerá alterações não só no seu preço (salário), como na sua quantidade (nível geral de empregos). O congresso está analisado o projeto 4.330\2004, que abre as portas para que empresas possam terceirizar também as atividade - fim, atualmente se limita as atividade - meio. Segundo o educador Leonardo Sakamoto, doutor em Ciência Política e professor da PUC-SP,chama a atenção de nove motivos para os trabalhadores se preocuparem com a nova lei da terceirização que a descrevo a seguir:
1) Salários e benefícios devem ser cortados
O salário de trabalhadores terceirizados é 24% menor do que o dos empregados formais, segundo o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). No setor bancário, a diferença é ainda maior: eles ganham em média um terço do salário dos contratados. Segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo, eles não têm participação nos lucros, auxílio-creche e jornada de seis horas.
2) Número de empregos pode cair
Terceirizados trabalham, em média, três horas a mais por semana do que contratados diretamente. Com mais gente fazendo jornadas maiores, deve cair o número de vagas em todos os setores. Se o processo fosse inverso e os terceirizados passassem a trabalhar o mesmo número de horas que os contratados, seriam criadas 882.959 novas vagas, segundo o DIEESE.
3) Risco de acidente vai aumentar
Os terceirizados são os empregados que mais sofrem acidentes. Na Petrobras, mais de 80% dos mortos em serviço entre 1995 e 2013 eram subcontratados. A segurança é prejudicada porque companhias de menor porte não têm as mesmas condições tecnológicas e econômicas. Além disso, elas recebem menos cobrança para manter um padrão equivalente ao seu porte.
4) Preconceito no trabalho pode crescer
A maior ocorrência de denúncias de discriminação está em setores onde há mais terceirizados, como os de limpeza e vigilância, segundo relatório da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Com refeitórios, vestiários e uniformes que os diferenciam, incentiva-se a percepção discriminatória de que são trabalhadores de “segunda classe”.
5) Negociação com patrão ficará mais difícil
Terceirizados que trabalham em um mesmo local têm patrões diferentes e são representados por sindicatos de setores distintos. Essa divisão afeta a capacidade deles pressionarem por benefícios. Isolados, terão mais dificuldades de negociar de forma conjunta ou de fazer ações como greves.
6) Casos de trabalho escravo podem se multiplicar
O uso de empresas terceirizadas é um artifício para tentar fugir das responsabilidades trabalhistas. Entre 2010 e 2014, cerca de 90% dos trabalhadores resgatados nos dez maiores flagrantes de trabalho escravo contemporâneo eram terceirizados, conforme dados do Ministério do Trabalho e Emprego. Casos como esses já acontecem em setores como mineração, confecções e manutenção elétrica.
7) Maus empregadores sairão impunes
Com a nova lei, ficará mais difícil responsabilizar empregadores que desrespeitam os direitos trabalhistas porque a relação entre a empresa principal e o funcionário terceirizado fica mais distante e difícil de ser comprovada. Em dezembro do último ano, o Tribunal Superior do Trabalho tinha 15.082 processos sobre terceirização na fila para serem julgados e a perspectiva dos juízes é que esse número aumente. Isso porque é mais difícil provar a responsabilidade dos empregadores sobre lesões a terceirizados.
8) Haverá mais facilidades para a corrupção
Casos de corrupção como o do bicheiro Carlos Cachoeira e do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda envolviam a terceirização de serviços públicos. Em diversos casos menores, contratos fraudulentos de terceirização também foram usados para desviar dinheiro do Estado. Para o procurador do trabalho Rafael Gomes, a nova lei libera a corrupção nas terceirizações do setor público. A saúde e a educação pública perdem dinheiro com isso.
9) Estado terá menos arrecadação e mais gasto
Empresas menores pagam menos impostos. Como o trabalho terceirizado transfere funcionários para empresas menores, isso diminuiria a arrecadação do Estado. Ao mesmo tempo, a ampliação da terceirização deve provocar uma sobrecarga adicional ao SUS (Sistema Único de Saúde) e ao INSS. Segundo ministros do TST, isso acontece porque os trabalhadores terceirizados são vítimas de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais com maior frequência, o que gera gastos ao setor público.
Resumindo, espero que esta nova regulamentação caso seja aprovada, ao ser inserida no mercado de trabalho, produza o real objetivo da ciência econômica (melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores), e não a degradação nas relações trabalhistas. Vamos aguardar.

7 comentários:

  1. Meu grande Mestre, como sempre nos trazendo temas atualizados de grande relevância, com seus comentários sustentáveis e principalmente fundamentados, motivo pelo qual indico seu blog aos meus alunos.

    Um grande abraço,

    Ricardo Vitor

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  2. Ótimas informações e esclarecimentos sobre o projeto. Estou torcendo pela não aprovação, em nenhum momento vi esse real objetivo (melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores). Só vejo malefícios que dificulta ainda mais a vida do trabalhador brasileiro. É vergonhoso, é revoltante !

    Aluna do curso de Engenharia Civil (UNP) - 4NA - NC

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  3. Texto muito bom. Nos dá uma ampla visão sobre terceirizaçao e do que pode ocorrer em consequência da nova lei. Ótima explicação.

    Maria
    Aluna de engenharia civil (UnP) 4 NA

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  4. Excelente texto, professor. Nos dá a clara visão dos prós e contras desse novo projeto de lei em votação. Nos mantendo informados sobre o que se passa no cenário politico e econômico.
    Deixo, aqui, a minha contribuição. Vale a leitura.

    http://www.blogdokennedy.com.br/ao-dinamitar-terceirizacao-lula-atropela-dilma-e-o-governo/

    Grande abraço.
    Álvaro Cruz, aluno de administração, 8MA-FP.

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  7. como podemos ver, é de fundamental importância o estudo da economia para uma melhor qualidade de vida em sociedade, a nível empresarial, entre outros, o fato de políticos que talvez não tenham as qualificações para criar um projeto que possa melhora a vida da pessoas economicamente falando e preocupante, pois como vimos no artigo, foram enumeradas diversas variáveis para mostra que a terceirização seria um desastre para a nossa sociedade no geral, as empresas deixariam de avança de forma ética e moral, pois os direitos que foram alcançados pelos trabalhadores ao longo do tempo se perderia em segundo, as novas tendencias empresariais a nível mundial seriam esquecidas, pois elas mostra que o recursos humanos das empresa e a chave para se diferenciar em um mercado tão competitivo de hoje em dia.

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