sexta-feira, 1 de junho de 2012

SELIC

A SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) representa a taxa básica da economia brasileira, indica o custo básico dos bancos para tomar dinheiro emprestado, recursos que posteriormente serão ofertados as pessoas físicas e jurídicas. A cada reunião do Copom ( comitê de política monetária) ela tem se reduzido chegando a menor taxa já registrada desde que introduzimos o sistema de metas de inflação em 1999, provocando mudanças em todos os spreads aplicados  nas operações financeiras do país. Neste patamar de 8,5% a.a. o governo foi obrigado a mudar as regras da remuneração de uma operação financeira amplamente utilizada pelos brasileiros, conhecida como caderneta de poupança, onde a grande maioria dos pequenos poupadores depositam a sua confiança em rentabilizar os seus  poucos recursos. A mudança ocorreu em função dela não se tornar mais atrativa do que as operações de renda fixa, que provocaria uma migração de recursos da renda fixa para a poupança,o que dificultaria ao governo captar recursos que utiliza dos fundos atrelados a SELIC, como forma de honrar os seus compromissos de curto prazo (tesouro nacional). As novas cadernetas abertas a partir do dia 04\05\2012 terá a sua remuneração atrelada a SELIC desde que ela atinga o valor igual  ou menor a 8,5%a.a., e será calculada da seguinte forma :70% da SELIC mais a TR(taxa referencial) que  é calculada pelo Banco Central.As cadernetas abertas antes de 04\05\2012 terá as remunerações sobre as regras antigas e os saques que vierem a ser feitos serão nas novas cadernetas, salvo o cliente não aceite ele terá que formalizar o seu pedido junto a instituição bancária. Abre espaço para o Banco Central continuar a reduzí-la, e colocar a nossa taxa real de juros,hoje entorno de 3,3% a.a. (taxa nominal descontada da inflação prevista) próxima das taxas de juros reais das nações desenvolvidas. Sabemos que juros elevados inibe o consumo e o investimento que juntamente com tributos elevados, taxa de câmbio volátil e educação sem qualidade são os entraves para o nosso desenvolvimento sustentável. É bom lembrar que está taxa interna é influenciada pela taxa externa ( taxa dos títulos do tesouro dos EUA) , pelo grau de risco do país e da inflação interna descontada da inflação americana, logo os espaços vão ficando mais estreitos se não projetarmos inflações futuras menores e reduzirmos as nossas fraquezas internas como forma de reduzir risco que se transformam em prêmios para captar recursos externos. É logico que reduções da SELIC, contribui para revermos o percentual do  superavit primário atualmente utilizado, alivia a nossa dívida pública, reduz juros a serem pagos e permite ao governo direcionar esses recursos  para outros propósitos , desconcentra renda, já que a classe A terá remunerações menores, aumenta o poder aquisitivo de toda a população, estimula o comércio e contribui para ampliar a produção gerando aumento de emprego e renda  permitindo ao sistema econômico ingressar em um circulo virtuoso.Atualmente o ambiente externo tem contribuído para que essas reduções ocorra já que o cenário europeu e americano ainda é de incertezas e os preços das commodities está em queda gerando uma desinflação nos preços e não devemos esquecer que o setor industrial é um mero tomador de preços no mercado externo.Neste momento é preciso compreender que o crescimento da demanda agregada não pode ficar só atrelada a aumentos de consumo até por que tem um limite.Ampliação de créditos e prazos de financiamentos estimula a aumentos de dívidas que sem uma contrapartida de aumento de renda disponível e emprego pode nos levar amanhã a inadimplência e aumentos de riscos, contribuindo para elevamos as nossas taxas de juros futuras. Se faz necessário ampliarmos investimentos em infraestrutura para  melhorar a nossa plataforma produtiva hoje  com o objetivo de garantir o nosso crescimento  amanhã e contribuir para termos aumentos continuados de produtividade em toda a nossa cadeia  de produção em todos os setores da economia, como forma de ampliarmos as nossas vantagens comparativas em relação ao resto mundo, ampliando  assim nossas  exportações.Vamos aguardar. 

6 comentários:

  1. RONY HEBERT R.I. 2MA

    Acredito que a criação de infraestrutura seja a porta para que nossa economia possa ter uma competição melhor com os países desenvolvidos, bem como gerar mais trabalho, renda e o PIB do País melhorar, criando assim uma redução dos gastos públicos que as vezes, apenas, fazem terceirizar empresas estrangeiras, para obras. Com isto o capital poderia ser melhor aproveitado em obras de Educação e Pesquisa,o que consequentemente gera interesse para criação de tecnologia e, isto aumenta a qualidade de produtos exportados, o preço fica melhor, a sociedade internacional vê com outros olhos.

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  2. Jordana Sá - Relações Internacionais.6 de junho de 2012 às 11:23

    É preciso lembrar que apesar dos juros baixos e da facilitação para o consumo é necessária uma educação financeira para que os brasileiros "desacostumados" ao consumo exacerbado não contraiam dívidas maiores do que as que podem pagar e não esqueçam que mesmo que o momento esteja propício para o consumo, poupar nunca vai ser uma opção a ser descartada e sim sempre alimentada e incentivada.

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  3. De repente para quem tem um valor pequeno investido na caderneta de poupança,essas mudanças não fará tanta diferença.Mas para quem tem muito dinheiro investido e aí,continuará sendo a melhor opção?Espero que a Selic estando tão baixa traga benefícios reais aos outros setores da economia.As pessoas que aproveitam essas reduções para adquirir bens,e para as pessoas que desejam espandir seus negócios.
    Karla Danielle ADM 3nb-FP

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  4. A redução da Selic estimula o crescimento da economia. O sistema de crédito cresce, o volume de dinheiro em circulação aumenta e as pessoas consomem mais. A facilidade em obter financiamentos pode, por exemplo, fazer com que as pequenas empresas cresçam, novos negócios surjam e os empregos se multipliquem. Vamos ficar na torcida para que essas mudanças gere esses efeitos positivos na sociedade.
    Sandra Andréa de M. Silva
    UNP - 3NB FP

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  5. Achei demasiado vago, o COPOM não estabelece mais as diretrizes da política monetária, uma vez que as mesmas desde 1999 foram estabelecidas pelo CMN como as "metas para a inflação", a obrigação do COPOM, por sua vez, é fazer com que essas metas sejam cumpridas. Ele implementa a política monetária, define a taxa SELIC e seu viés(quando houver).

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  6. Excelente explicação da SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia)! Obrigado, Professor!

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