sábado, 8 de agosto de 2009

Aluízio Alves

As informações sobre ele vinham de meu pai que aqui residia e, quando chegava de viagem nos contava que no Rio Grande do Norte, há um político que encanta multidões, que consegue arrastar pelas ruas de Natal, em qualquer horário, pessoas que se interessavam com o que tinha a dizer. Muitas vezes, não acreditávamos, achávamos que era brincadeira de papai.E ele dizia, que esta multidão, tinha suas músicas, gesto e cor predileta, o verde, e que os galhos das árvores serviam de enfeite para muitas pessoas se identificarem com o seu líder.Ao chegar em Natal, para residir em definitivo, no final da década de sessenta, a situação política do nosso país passava por um período tenebroso, vivíamos em uma ditadura militar imposta a nossa sociedade. Havia por parte do poder a necessidade de eliminar todos os líderes populares que eram visto como uma ameaça a nova estrutura política.Como a nossa família sempre lutou pela democracia, não tínhamos nenhuma simpatia pela situação constituída e já despertava interesse pelo desempenho daqueles que lutavam pela retomada do estado de direito.E lá estava ele, mesmo impedido de expor suas ideias, sabíamos que era o homem que articulava através do filho e sobrinho a chama de sua luta e pude constatar, tudo aquilo que papai dizia.A minha aproximação, se deu através da família de minha esposa,onde o admiravam e seguiam nas suas orientações políticas. Na campanha para governador de 1982, onde estreitamos a nossa amizade é que pude constatar a sua visão de futurista,o que ele pretendia executar,implementar para o nosso estado.E ao fazer uma regressão no tempo, verifiquei um divisor, o Rio Grande do Norte, antes e depois do governo de Aluízio no período de1960 à 1965, como tinha mudado em todos os campos:infra-estrutura, habitação, transporte, turismo, educação e industria. Ampliando de uma maneira assustadora, todo o aparelho produtivo deste Estado.Ao mesmo tempo, criou um complexo de comunicação bem estruturado, evidenciando a sua capacidade empreendedora também na iniciativa privada.Chegou aos oitenta e cinco anos, ainda como grande articulador político, respeitado e admirado por muita gente. Não podia viver longe da política, acreditava-se que a respirava por vinte e quatro horas.Era admirável sua capacidade de estar presente nas grandes decisões, em momentos de alegria ou de tristeza, diziam os seus adversários que ele crescia das cinzas e isso ficou constatado, basta recordar após a derrota de 82, até os últimos dias de sua vida na política. E quem esquece daquele inesquecível discurso que fez no termino da campanha , cujo título era A Luta Continua.Era um homem incansável na sua luta obstinada de apresentar sempre para a sociedade novos caminhos e alternativas para a busca do seu desenvolvimento.A sua morte deixou um vazio, que ainda não foi devidamente ocupado, espera-se que os seus ensinamentos de estar sempre sonhando em construir o novo, esquecendo o ontem (grandes batalhas políticas) e mudando o presente na esperança de construir um futuro melhor, atitude de um grande estadista, possa ser absorvido e seguido pelos novos e velhos políticos que aqui atuam.

Nenhum comentário:

Postar um comentário