terça-feira, 18 de agosto de 2009

A Sociedade em Rede

O professor Manuel Castells, considerado como um dos maiores cientista social da atualidade, escreveu o livro A sociedade em rede que é o primeiro volume da trilogia A era da informação: economia, sociedade e cultura. Seguir-se-ão a ele O poder da identidade e o Fim do milênio.


Tomo a liberdade de apresentar de forma extremamente reduzida este livro rico em informação que tive a oportunidade de acessá-lo e faço uma analogia com a sociedade brasileira atual.






Nos últimos vinte anos do século passado,uma revolução tecnológica com base na informação transformou nosso modo de pensar, reproduzir, de consumir, de negociar, de administrar, de comunicar, de viver, de morrer, de fazer guerra e de fazer amor.Constituiu-se o que chamamos de nova economia ou economia digital, ligando pessoas e atividades importantes de todo o mundo.Uma cultura de virtualidade real, constituída em torno de um universo audiovisual cada vez mais interativo, permeou a representação mental e a comunicação em todos os lugares, integrando a diversidade de culturas em um hipertexto eletrônico.O espaço e o tempo, bases materiais da experiência humana, foram transformados a medida que o espaço de fluxos passa a dominar o espaço de lugares, e o tempo intemporal passou a substituir o tempo cronológico da era industrial.Nesse momento histórico de nossas vidas vivenciamos uma sociedade dinâmica, evolutiva e instável, onde as pessoas tendem naturalmente a reagrupar-se em torno de identidades primárias: religiosas, étnicas, territoriais e nacionais.O fundamentalismo religioso, cristão, islâmico, judeu, hindu, e budista, provavelmente é a maior forma de segurança pessoal e mobilização coletiva nestes anos de mudança rápidas, incontroladas e muitas vezes confusas. As expressões de resistência social à lógica da informacionalização e da globalização se esvazia no tempo, por que o mundo digital é uma realidade irreversível, estamos vivendo uma sociedade em rede. As redes constituem a nova morfologia social de nossas sociedades e a difusão da lógica de redes modifica de forma substancial a operação e os resultados dos processos produtivos e de experiência, poder e cultura.O átomo é o passado, o símbolo da ciência para este novo século é a da rede dinâmica, a única organização capaz de crescimento, sem preconceitos e aprendizagem sem guias. Todas as outras topologia são restritivas. Na verdade a rede é a organização menos estruturada da qual se pode dizer que não tem nenhuma estrutura. Nenhum outro esquema, cadeia, pirâmide, árvore, círculo e eixo, consegue conter uma verdadeira diversidade funcionando como um todo.Essa nova sociedade que está mudando nossos costumes, pensamentos e idéias, obriga que o Estado desperte para este novo mundo. O nosso país é heterogêneo por natureza, onde questões primárias ainda precisam ser resolvidas. A exclusão social de grande parcela do nosso povo, pode ser em grande parte eliminada se tomarmos providências para dar aos menos afortunados condições de acesso aos novos conhecimentos tecnológicos (inclusão digital), caso contrário estabeleceremos um agravamento cada vez maior através da exclusão digital, este é por sinal o grande desafio deste século.Espero que daqui a cinquenta anos, quando os futuros historiadores forem analisar e refletir sobre o nosso mundo atual, possam concluir que muitos brasileiros, pensaram com clareza as bases de uma futura sociedade, mais justa, equilibrada e integrada em todos os seus aspectos.

2 comentários:

  1. Realmente a sociedade evoluiu muito nos ultimos anos, foram criados diversos ambientes digitais que abrem as portas do mundo para qualquer cidadão que tenha acesso a rede mundial de computadores, por isto devemos disseminar a idéia de inclusão digital na sociedade atual.
    É primordial que os profissionais em formação acompanhem esta evolução para atingir o nível de desenvolvimento esperado para esta era.

    Rodrigo Batista

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  2. Oxalá essa sociedade justa e equilibrada, tão desejada e tão sonhada por tanta gente, aí destacando-se grandes líderes honestos (infelizmente raros no nosso Congresso), não tarde a nascer. Tenho a forte esperança de que cada um de nós, fazendo nossa parte, de gão em grão, possamor deixar um legado de valor para as próximas gerações, quando promovemos o surgimento de vários locais de inclusão digital de baixo custo, tanto da iniciativa privada quanto do Governo (que, sabemos, poderia fazer muito mais). Felizmente, no Brasil, a realidade das "Lan Houses" (a R$ 1,00 por hora) e escolas informatizadas está cada vez mais evidente, mesmo que ainda a passo de tartaruga.
    Mesmo assim, pensando bem, nem nos damos conta que, outro dia mesmo, estávamos no milênio passado!
    Parabéns, professor (e por que não, colega de trabalho por um período marcante), por mais essa iniciativa de provocar a discussão na sociedade, contribuindo para o seu crescimento.
    Grande abraço
    Júlio César

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